Castelo

O que hoje propriamente se chama castelo não é mais do que um resto de uma torre quadrada que se eleva numa pequena eminência do lado ocidental da vila, já a confinar com os olivais e vinhedos que daí alastram na direcção da Ermida de Santa Clara e de Vila de Frades, aquela mais a norte e esta sensivelmente a oeste e um pouco mais afastada.
Pensando no que poderá ter sido o velho castelo, se de um castelo realmente se tratava, e o palácio que aí existia e os gamas depois aformosearam, invade-nos uma profunda tristeza, causada sobretudo pela ideia de que o seu desaparecimento se verificou não só perante a indiferença, mas ainda com a colaboração dos que mais deviam ter respeitado e defendido esse património, relíquia do passado. A sua construção data possivelmente dos fins do primeiro quartel do século XV e se terá devido ao 2.º Duque de Bragança, D. Fernando, então senhor da vila.
Depois de ter servido de residência a Vasco da Gama e aos Condes de Vidigueira, quando aqui estavam, foi abandonado, caiu em ruínas e o próprio povo o ajudou a demolir, arrancando-lhe as pedras para construir casas. A destruição deve ter prosseguido rapidamente e algumas décadas depois já nem vestígios das salas haveria.
No decorrer do nosso século o vandalismo continuou, perante a indiferença geral, até não haver em pé mais do que os pobres restos da torre atrás referida, acrescente-se ainda que, aquando da sua restauração, se lhe colocou ao lado uma janela possivelmente do século XVI e de estilo manuelino, que se encontrou em Vila de Frades e talvez pertencesse ao antigo palácio dos Condes da Vidigueira.